quarta-feira, 8 de julho de 2009

PROBLEMAS DO ENSINO DE PORTUGUÊS




Vejamos o fichamento do livro O TEXTO NA SALA DE AULA - Leitura e Produção (pg: 17 a 23)
GERALDI, João Wanderley


AS SETE PRAGAS DO ENSINO DE PORTUGUÊS

Os alunos de nossas universidades, a grande maioria tem acentuadas dificuldades de expressão oral e escrita, pouca ou nenhuma leitura, incapacidade de interpretação de textos, completo desprezo pela linguagem.
O ensino de português tem se mostrado inútil: onze anos de escola e o indivíduo está menos instrumentalizado lingüisticamente que ao entrar na escola.
Alguns males do ensino de português – as sete pragas:

1ª praga: LEITURA NÃO COMPRRENSIVA


Aprimoramento mecânico da leitura. O aluno brasileiro “lê” como uma agulha de vitrola: vai passado pela trilha e produzindo som.
Conseqüência: ao resultado da falta de hábito de leitura compreensiva e crítica é a capacidade dos universitários entender um texto e analisá-lo criticamente.


2ª praga: TEXTOS “CHATOS”


Conjunto de textos desligados da realidade e da cultura nacionais, afastados dos interesses e das necessidades das crianças e adolescentes que inundam nossas escolas, via livro didático.
Conseqüência: Ninguém toma gosto pela leitura.


3ª praga: REDAÇÕES – TORTURA


Queremos que nossos alunos escrevam, mas não criamos as condições para tal. O processo rotineiro de orientar redações: damos um título ou tema livre e esperamos tranqüilo o fim da aula para recolher o produto. Submeter os alunos a escrever sem ter idéias.
Conseqüência: Os alunos deixam a escola sem saber redigir, sem ter desenvolvida a capacidade de escrever.


4ª praga: GRAMÁTICA CONFUSA


O ensino de português tem sido o estudo da teoria gramatical. O conhecimento da teoria não contribui significativamente para o domínio da língua.
Conseqüência: Os alunos não aprendem a teoria, nem a língua.

5ª praga CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS INÚTEIS
1º fato:
No ensino de português, a seleção do conteúdo tem por base as gramáticas tradicionais.

Problema1: passam a ensinar a codificação da gramatical em lugar de ensinar a língua.

Problema 2: O conteúdo da disciplina está totalmente defasado.

2º fato: A distribuição do conteúdo pelas diversas séries é arbitrária.

Problema 1: Não existe adequação do conteúdo à capacidade dos alunos.

Problema 2: Assuntos que deveriam constar como ponto de referência para uma eventual consulta, passam para os programas escolares para livros didáticos e os alunos são obrigados a retê-los.

Problema 3: Insiste-se no domínio ativo de formas arcaicas.

Conseqüência: Cria-se no indivíduo uma falsa idéia sobre a língua, coisas realmente importantes ficam de fora! Pensa-se que estudar língua é só aprender coisas inúteis, decorre o desprezo pela língua.


6ª praga: ESTRATÉGIAS INADEQUADAS

Dentro do tipo de ensino as estratégias só poderiam ser inadequadas.


a) Correção de textos – apresentar textos cheios de erros para que os alunos corrijam aula do erro, as redações são devolvidas pintadas de vermelho.

b) Ortografia por regras ou por lacunas:
O domínio da ortografia é uma habilidade motora, impossível de ser adquirida pela memorização de regras.

c) Estudo através de listas:
Obriga-se ao aluno a decorar regras.

Conseqüência:
O ensino de português inibe o falante, confunde-o no uso das formas lingüísticas e dá-lhe insegurança no uso da língua.


7ª praga: LITERATURA – BIOGRAFIA

“Ensinar” literatura consiste em coletar dados bibliográficos dos autores e arrolar suas obras. “Literatura é decoreba!” Ensinar literatura sem que os alunos entrem em contado com textos!


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